segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Crítica: Two And a Half Men


Um Outro Seriado

Não se trata de uma série ruim, apenas é outra, diferente

por Thiago Miota

“Men, men, men, men, men, men, men”. Assim começa a nona temporada da série “Two and A Half Men” num tom fúnebre. Chuck Lorre, seu criador, vai direto ao assunto. Sem rodeios, apresenta o funeral de Charlie num caixão fechado. No velório, todas suas ex, lindas e revoltosas, reunidas para dar o último adeus. Quem preside é seu irmão, Alan Harper, o único verdadeiramente triste.


Como seria Two and A Half Men sem seu protagonista? A pergunta foi respondida no episódio exibido ontem a noite nos Estados Unidos. Com audiência fulgurante e concorrência de outro programa com o próprio Charlie, uma espécie de fantasma do além, todos queriam saber como seria último, quer dizer o primeiro, digo a continuação, da série.
Se você fosse uma pessoa que assistisse esporadicamente as temporadas, não sabia da saída de Sheen e estivesse passando pelos canais e parasse coincidentemente neste episódio, não estranharia o começo. Todos os personagens estão presentes, cada um desempenhando sua personalidade, algo que nos faz lembrar o quanto os coadjuvantes eram importantes, mas totalmente ofuscados. Porém, o que mantém está aura positiva é justamente a sensação de que a qualquer momento Charlie vai aparecer e fazer aqueles comentários que todos conhecemos e gostamos.
Em seguida somos apresentados ao novo personagem de Ashton Kutcher, de nome Walden. Ele aparece na casa de Alan(agora a casa fica com ele, com todas a dívidas) completamente chateado por ter sido deixado pela mulher. Sua choradeira seria um tédio não fosse o fato de ele ser um bilionário. “Como?”, Alan pergunta. “Criei um programa e vendi para Microsoft”.
Logo percebemos que a pretensão de Chuck Lorre não era mesmo substituir Charlie. Os fins são os mesmos, mas os meios para se chegar as mulheres é outro, e isso faz toda diferença. Agora temos um cara sensível, mais rico que o anterior, menos inteligente e muito sincero. A formula funciona? Ainda é cedo para dizer, mas podemos adiantar que diferente de Charlie, seu estilo atrai mais as mulheres do que aos homens.
Contudo, o que dá para dizer é que o seriado jamais terá o mesmo prestígio. A graça vai diminuindo a medida que o vazio não é preenchido por Charlie. Apesar de não ser grande ator, Sheen era especial quando se trata de interpretar uma versão de si mesmo. Ashton Kutcher talvez até seja melhor ator, mas não tem este recurso a seu favor, não se trata do papel de sua vida.
O caminho que a série pode tomar é de angariar outros fãs, ou ficar com aqueles trocadores de canais, os infiéis. Dificilmente os fãs vão continuar com a nova versão. Não se trata de um seriado ruim, apenas de outro.

Avaliação: Bom

0 comentários:

Postar um comentário